quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Acontecimentos no ano de 1858

  • Apresamento da Barca “Charles et Georges-Conclusão
A sequência do apresamento da barca “Charles et Georges” , ocorrida no ano anterior e que o governo português apresara ao largo de Moçambique por alegadamente transportar escravos para as Antilhas, levara a França a protestar exigindo a devolução do navio e a libertação do comandante.


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O contrato de casamento com D.Estefânia

  • O contrato de casamento com D.Estefânia

Em Janeiro de 1857 o príncipe Alberto marido da rainha Vitória e primo direito de D,Fernando pai de D.Pedro aconselhara-o a casar com D.Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen.Independentemente da admiração que o nosso rei nutria por Alberto a quem chamava tio,a recíproca também era verdadeira

No entender de Alberto aquela princesa era a única princesa católica que preencheria as condições duma esposa para para ti (sic) mas levou a sua influencia bem mais longe ao pedir informações sobre Estefânia a demais familiares europeus, cujas boas indicações se apressou a transmitir ao jovem Rei, bem como um retrato enaltecendo a sua beleza.

O processo de pedido de casamento foi entregue a Alberto, que escreveu ao pai da princesa Carlos António, solicitando-lhe a mão de sua filha mais velha em nome do rei de Portugal. Pedido esse que foi de imediato aceite pelo pais e pela jovem princesa.

A 25 de Agosto de 1875 D.Francisco de Almeida conde de Lavradio é oficialmente nomeado comissário plenipotenciário para tratar, ajustar e assinar o contrato de casamento, tendo acontecido que a cerimónia do pedido oficial teve lugar a 21 de Outubro no castelo de Sigmaringen, seguido do novo pedido a 5 de Novembro em Berlim, este o definitivo e dirigido ao rei da Prússia  o chefe da família.

Só a 8 de Dezembro em Berlim foi assinado o contrato matrimonial por palavras, assumindo desde logo que o rito católico seria celebrado logo que a princesa chegasse a Lisboa. Contrato redigido em 11 artigos, que continha disposições sobre o dote e sobre dotações sobre a verba que as cortes em Portugal viriam a conceder à Rainha entre outros detalhes, que contemplavam disposições em caso de viuvez entre os cônjuges










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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Acontecimentos no ano de 1857

  • Remodelações governamentais
Depois duma primeira remodelação em 23 de Janeiro de 1857,em que Loulé substitui José Jorge Loureiro na pasta da Guerra por Sá da Bandeira, a 14 de Março, produz nova remodelação desta feita mais profunda

  • Vicente Ferrer de Neto Paiva substitui na Justiça Elias da Cunha Pedroso
  • Carlos Bento da Silva nas Obras públicas que ele dirigira 9 meses
  • Ávila na fazenda, por troca com Silva Sanches que abandona o governo onde assumia além desta a pasta do Reino, que passa a ser assumida pelo marquês de Loulé que continua acumular os Estrangeiros além da Presidência

  • Concordata sobre o Padroado Português do Oriente
Em 21 de Fevereiro é assinada a Concordata sobre o Padroado Português do Oriente com o papa Pio IX, e negociada por Rodrigo da Fonseca, que apenas será ratificada em 6 de Fevereiro de 1860.

Perdemos prerrogativas relativamente a missões da China, Cochinchina e Japão.

Herculano comanda a oposição ao processo, publicando A Reacção Ultramontana ou a
Concordata de 21 de Fevereiro, onde apela a Sá da Bandeira: Acorda moderno Bayard,
que te matam!

A extinção das Ordens Religiosas em 1834, teve graves consequências no Ultramar, tendo todas as missões sido abandonadas à sua sorte e cuja acção junto das populações era insubstituível.

O Padroado do Oriente sofreu gravemente. Tentou-se remediar a situação no final do reinado de D. Maria II: foi criado um seminário em Luanda, em 1853, e já anteriormente havia sido criado um outro, no Bombarral que se destinava a formar religiosos para a China.

Em 1855, já no reinado de D. Pedro V, o colégio de Cernache do Bonjardim ganhou relevo ao formar cerca de 200 sacerdotes para o serviço de além-mar. A sua coroa de glória foi a missão de S. Salvador do Congo, iniciada em 1881 e que salvou a nossa soberania naquelas paragens, após a Conferência de Berlim de 1884.

  • Apresamento da Barca “Charles et Georges”


Em Novembro no dia 29. deu-se um incidente grave com o apresamento da Barca “Charles et Georges” , por um navio da Armada Portuguesa , que transportavam nativos para serem tráficados como escravos.nas Antilhas francesas. Apanhados em flagrante o capitão do navio declarou que os negros eram colonos que se dirigiam para as ilhas Reunião, uma óbvia mentira.

Este caso que viria a ser julgado nos tribunais, viria a suscitar enorme polémica como veremos



quinta-feira, 28 de junho de 2012

Acontecimentos no ano de 1856-3ºparte

  • Inauguração do troço ferroviário entre Lisboa e o Carregado

No dia 28 de Outubro foi inaugurada a via férrea ligando Lisboa ao Carregadom reunindo-se as figuras da corte na estação de Santa Apolónia, bem como o corpo diplomático eclaro o cardeal-patriarca D.Guilherme Henriques de Carvalho, que efectuou a benção da praxe, antes da partida do combóio

Tudo correu bem na viagem inicial, só que no regresso a locomotiva avariou pelo que foi necessário mandar ir outra de Lisboa , mas não sendo possível transportar todos os convidados ao mesmo tempo, a operação foi muito demorada redundando em autêntico fiasco.

O troço era de 36 quilómetros e tendo sido concebido pela equipe de Fontes Pereira de Melo.

  • Eleições legislativas

As terceiras eleições da Regeneração e as primeiras sob um governo histórico, o de Loulé, desde 6 de Junho de 1856, com Júlio Gomes da Silva Sanches na pasta do reino.

São também as primeiras eleições do reinado de D. Pedro V, que assumira a maioridade em 10 de Setembro de 1855 e que considerava o governo de Saldanha dominado pela canalhocracia de Fontes e de Rodrigo.

Eleição de 162 deputados (mais cinco no continente mais um por Ponta Delgada, segundo o decreto de 29 de Setembro de 1856). Vitória dos governamentais, então ditos progressistas históricos (72%), contra os adeptos do anterior governo, ditos progressistas regeneradores, que apenas conseguem 41 deputados (25%).

Miguelistas elegem cinco deputados que recusam prestar juramento (3%).

Em Lisboa, grande votação nos regeneradores, que conseguem oito deputados. A anterior unidade entre os setembristas moderados e os homens novos do situacionismo regenerador começou a ser quebrada a partir de 1853, quando começou a publicar-se O Portuguez, bastante crítico de Fontes e que logo em 1854 mobiliza uma reunião do partido histórico, ou partido liberal, conforme a expressão de Alexandre Herculano, grupo que em 1856 se identifica numa Comissão Eleitoral progressista de Lisboa.

A legislatura vai decorrer de 2 de Janeiro de 1857 a 26 de Maio de 1858

Fonte: Prof. José Adelino Maltez

sábado, 5 de maio de 2012

Acontecimentos no ano de 1856-2ºparte

  • Começa a funcionar uma linha de telégrafo
Em 1856 era inaugurada a primeira rede oficial de telégrafo, que fazia a ligação entre o Terreiro do Paço e as Cortes e entre o Palácio das Necessidades e Sintra.

A 20 de Julho do ano seguinte, este serviço de telégrafo foi aberto ao público. Os utentes podiam utilizar este instrumento para comunicar, por exemplo, com o país vizinho.

No início dos anos 60 do século XIX as linhas telegráficas no nosso país atingiam cerca de 2000 km e em 1900 a extensão ascendera a 8000 km. De 1911 a 1926 a área coberta era de 9000 km.

Ao mesmo tempo, cabos submarinos ligavam Portugal ao resto do mundo. Em 1870 foi inaugurada a ligação entre a Inglaterra e Gibraltar e, em 1871, foi iniciada a operação de conexão do fio à Madeira, Cabo Verde e Pernambuco (Brasil)

Em 1878 foi feita a ligação de Vigo a Caminha, e em 1893, de Carcavelos a Ponta Delgada, à Horta e ao restante arquipélago dos Açores.

Em 1878 todo o território português estava coberto por uma rede telegráfica.

Fonte: Infopédia

  • Graves tumultos em Lisboa

Para combater a crise cerealífica foi convertido em lei em Julho de 1856 um projecto do governo que permitia a importação de grão, farinha e outros cereais mas que por se saber que os grandes lavradores não aceitariam com bom grado essa medida foi tomada apenas até ao fim de Julho do ano seguinte.

Mas o descontentamento popular era grande por causa da fome que grassava por todo o lado, que conduziram a vários tumultos em Lisboa entre 7 e 9 de Agosto, envolvendo militares e civis, embora os manifestantes o vitoriassem não deixou de lhe causar grande apreensão e a suspeita que por detrás dessas manifestações houvesse manipulação por parte dos regeneradores.

Essa agitação nas ruas incomodava bastante o Rei, que não aceitava alguma passividade do governo, a tal ponto que a 22 de Agosto desse ano, interrompe as suas férias em Sintra, para visitar os quartéis da capital exigindo ao ministro Júlio Gomes a mudança na chefia da Guarda Municipal,

No fundo as suas apreensões prendiam-se com a ambição de Saldanha, que pretendia segundo o Rei para derrubar o governo, ou quiçá o próprio Rei

quarta-feira, 28 de março de 2012

Acontecimentos no ano de 1856

  • Cortes são adiadas por 14 dias
De forma muito polémica por razões que se prendem com os desenvolvimentos políticos acontecidos no reinado anterior o duque de Saldanha era desde 1 de Maio de 1851, presidente do governo, que D.Pedro manteve em funções, Iniciando-se com o seu governo o que mais tarde seria cognominado como a Regeneração, período marcado pelo investimento em obras públicas e pelo crescimento económico.

O novo rei tinha um profundo desprezo pelos políticos em geral, que considerava dum modo geral mais vaidosos do que competentes. Do povo de quem tinha muita pena constatava a imensa ignorância e é com esta premissas que irão decorrer os seus curtos anos de reinado.

Muito minucioso D.Pedro tudo anotava nos seus diário, o que facilita a compreensão das suas motivações e muitas das suas dúvidas. Grande desgaste ao longo do seu reinado, porque por tudo se interessava e de todas os problemas se queria inteirar.
Este pequeno preâmbulo para que se possa imaginar o tipo de relação entre Saldanha, de enorme prestígio no País e respectiva toleima, que não era do agrado do jovem rei e a presença do "miúdo" no trono aos olhos do todo poderoso Saldanha, neto pelo lado materno do Marquês de Pombal.

As razões do adiamento por 14 dias da abertura da Cortes, transferindo para o dia 19 de Janeiro, não as conheço, mas o certo é que epidemias e a grave crise económica, resultante de maus anos agrícolas geraram grande insatisfação popular

  • A demissão de Saldanha
A crise cerealífica apresentava aspectos gravíssimos que dificultava a alimentação dos mais desfavorecidos, porque a escassez de alimentos geravam fome nomeadamente nas grandes cidades. O preço dos alimentos no exterior eram elevados, devido à guerra na Crimeia.

Em Fevereiro o governo apresenta à Câmara de Deputadas, uma proposta que permitisse a importação de cereais, tendo o ministro da Fazenda Fontes Pereira de Melo, afirmado que um dia ter-se-ia que pensar em liberalizar o preço dos cereais em Portugal, que claramente feria interesse instalados, mas que tinha todo o apoio do rei.
Essas e outras medidas de cariz fiscal, associadas à necessidade de aumentar impostos, não colhiam votos favoráveis da Câmara alta, que levaram Saldanha a sugerir a D.Pedro V, que lhe fornecesse uma fornada de pares do reino, que engrossando aquela Câmara, viesse a traduzir-se no aumento de votos necessários à aprovação daquelas e outras medidas do governo.

D.Maria II nunca se opusera a esse tipo de solução, porém D.Pedro não aprovava essa solução e nunca cedeu, mesmo depois de várias ameaças uma mais veladas do que outras, de sem Saldanha regressaria ao País a insegurança e a instabilidade ou até o regresso de Costa Cabral ao poder, D.Pedro nunca se assustou nem cedeu. considerando negativo e desprestigiante esse método para obter maiorias.

Assim em Junho de 1856, depois dessa surda guerra Saldanha apresenta a sua demissão

  • A nomeação do marquês de Loulé presidente do Conselho
Ao rei cabia agora a tarefa de encontrar o sucessor de Saldanha na chefia do governo. Tarefa difícil, já que Saldanha, havia absorvido muitos aderentes em especial os competentes. Á direita alinhavam-se os cabralistas, que naturalmente D.Pedro preferia ignorar e à esquerda de Saldanha os históricos progressistas ainda pouco influentes.

Foram feitos alguns convites, pelo menos 2 vezes tentou o conde de Lavradio, a sua clara preferência, mas cujas funções importantíssimas de embaixada em Londres, justificavam a sua permanência naquela cidade em vez da chefia do governo.

Depois das recusas de Joaquim António de Aguiar,Passos Manuel e de outras personagens, acaba por incidir a escolha no seu tio avô Nuno Rolim de Moura Barreto o marquês de Loulé, que depois de algumas recusas evocando argumentos sem substância e que suportavam a tese da sua propalada indolência, acaba por aceitar aquele cargo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Nova viagem

Entre 20 de Maio e 14 de Agosto, D.Pedro iniciou nova viagem europeia, iniciando-a em França, onde, como sempre , anotou com bastante minúcia no seu Diário, algumas considerações sobre a realidade portuguesa a partir da "paisagem" que se lhe deparava ou das visitas que fazia.

Desta vez enquanto atravessava a França, reflectiu sobre os tipos de propriedade agrícola, concluindo com o desejo que em Portugal se optasse por um tipo de propriedade lafifundiária gerida por proprietários responsáveis, bem diferente aliás do que era a realidade portuguesa.

D.Pedro manifestou a sua admiração pelo imperador Napoleão III na sequência de enorme catadupa de visitas onde se inclui à Exposição Universal de Paris, que muito o impressionou e que o levou a tecer algumas criticas à Inglaterra, que muito admirava mas que não deixou de criticar por esta se considerar o "modelo supremo"

A viagem continuou pela Itália, tendo sido recebido pelo Papa Pio IX no dia 5 de Julho, mas viajando depois por Génova,Nápoles, Pompeia e Turim, mas o detalhe dessa segunda parte da sua viagem e do " mano Luís", tenha menor documentação, porque não se conhecem as notas que eventualmente terá tirado para posterior publicação no seu Diário, que nunca viria a acontecer

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Viagem de D.Pedro e de D.Luís-3ºparte

  • Viagem de D.Pedro e de D.Luís-chegada à Prussia
A 20 de Julho a comitiva portuguesa embarcou a caminho dos estados prussianos e no dia seguinte chegava a Dusseldorf seguindo depois para Berlim, sendo recebido pelo rei e pela restante família real. Visitaram Postdam , sendo que esta visita à Prússia serviu para que o futuro rei de Portigal, estabelecesse as devidas comparações entre o aprumo militar prussiano em comparação com a nossa tropa.

Como não podia deixar de ser os príncipes visitaram a terra de origem de seu pai o ducado de Coburgo Gota, sendo recebido por Ernesto o duque reinante e tio-avô de ambos.

Excelente local para a caça, nas palavras de D.Pedro, mas como aconteceu em toda a viagem, sempre aproveitava os seus apontamentos de viagem para reflectir sobre a realidade portuguesa, em comparação por certo, com o que ia observando aqui as notas abordam as diferenças entre a eficácia dos governantes noutros países e o desleixo existente em Portugal.

  • Viagem de D.Pedro e de D.Luís-visita à Austria
Foi recebido pelo arquiduque Fernando Maximiliano irmão do imperador tendo ficado instalado no palácio imperial e a 18 de Agosto visitou o príncipe Augusto de Saxe Coburgo e uma avó, cuja existência desconhecia. Nova caçada e visita a uma biblioteca e um incidente menor com o imperador por quem se sentiu menosprezado atendendo a alguns comentários que aquele lhe dirigiu devido à sua pequena comitiva.


  • Viagem de D.Pedro e de D.Luís-a chegada a Portugal
A 1 de Setembro de 1854 estavam de regresso a casa, devido a uma epidemia de cólera ficara sem efeito uma visita a Paris, limitando-se a um encontro com Napoleão III, num pequeno porto no canal da Mancha, após o que seguiu para Ostende onde embarcou no Mindelo, para Portugal onde chegaria a 15 de Setembro

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Viagem de D.Pedro e de D.Luís-2ºparte

  • Viagem de D.Pedro e de D.Luís-Na Bélgica
No dia 4 de Julho a comitiva naval chega à Bélgica, que ,ler-se-ia mais tarde nos seus Diários, não suscitou a simpatia de D.Pedro desde a antipatia feminina da Corte, até ao excessivo formalismo que contrastava com a simplicidade inglesa que o havia encantado.

Pouquissimas coisas lhe agradaram, nessa visita para além da simpatia do rei Leopoldo das comunicações (de novo a circulação ferroviária) e de Observatório Astronómico e dos complexos industriais, pouca coisa mais lhe agradou

  • Viagem de D.Pedro e de D.Luís-Na Holanda
D. Pedro referiu várias vezes no seu Diário, que não tinha vindo nesta viagem para ver paisagens, porque para isso não teria saído de Portugal e dessa visita à Holanda onde chegou no dia 13 de Julho, encontrou a palavra monotonia para definir a paisagem holandesa.

Pouco mais do que visitas a museus, (a escola de pintura holandesa ) verdadeiramente o encantaram

Viagem de D.Pedro e de D.Luís

  • Viagem de D.Pedro e de D.Luís-chegada a Southampton
No dia 2 de Junho o navio que transportava os príncipes chega a Southampton, tendo recebidos a bordo o embaixador português e outras personalidades locais, tendo no dia seguinte seguido de comboio para uma estação perto de Londres, onde foram recebidos pelo príncipe Alberto que os acompanhou até ao palácio de Buckingham para serem recebidos pela rainha Vitória

  • Viagem de D.Pedro e de D.Luís-A visita
O programa da visita foi muito intenso, tendo sido minuciosamente descrito por D.Pedro no seu diário e por ele ficaram registada as suas idas ópera, ao teatro ao jardim zoológico e botânico, além de várias entrevistas com pessoas ligadas à cultura, não falhando sequer às corridas de Ascot.

Os seus comentários sempre destacavam os avanços tecnológicos que observou em comparação com o atraso que sabia existir em Portugal nesse domínio. Essa sensibilidade à inovação e ao desenvolvimento haveria de marcar todo o seu curto reinado.

A meio duma viagem entre Londres e Windsor, não deixou de anotar as vantagens que teria o País se tivesse um caminho de ferro , (referência esta que também nunca abandonou em vida) e uma estação como a de Paddington, que muito o impressionou.

Na sua deslocação ao norte de Inglaterra, onde visitou as zonas mais industrializadas do país e se ficou impressionado com a capacidade produtiva, não ficou menos com o facto de ter visto crianças de 6 ou 7 anos a trabalharem nessas unidades

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Acontecimentos no ano de 1854

  • Abertura das cortes
A 2 de Janeiro de 1854, foram reabertas as Cortes, com a presença do príncipe real D,Pedro. D.Fernando proferiu o discurso de abertura, onde referiu o que viria a ser a pedra de toque deste reinado o melhoramento das vias de comunicação, que eram à data absolutamente deploráveis.

Embora tenha usado um tom optimista (demasiado até), afirmou que a agricultura tem tido um grande incremento e não tem havido escassez, ao contrário do que acontece em muitos países.

  • Instituição do sistema de padrão ouro

Em 1854, já instalada a situação regeneradora e após dois anos de desvalorização do ouro, encontravam-se reunidas as condições para a apresentação às Cortes, no primeiro de Maio, de um projecto de reforma monetária. Lia-se no seu preâmbulo:

a prata, que no estado de moeda se acha desfavorecida pela lei, por ser actualmente o seu valor real superior ao seu valor legal, deve ser sucessivamente deslocada da
circulação pelo ouro; e principalmente pela espécies de moedas de ouro que mais
favorecidas são. É isto que infelizmente tem acontecido, de modo que nos achamos
reduzidos quase a não ter em circulação mais do que os soberanos e meios soberanos
ingleses, faltando a prata para as transacções mais numerosas, como são
indubitavelmente as de pequenos valores (Diário da Câmara dos Deputados, 1 de Maio
de 1854,

  • Viagem de D.Pedro e de D.Luís

A 28 de Maio, D.Pedro embarca com destino a Southampton, numa viagem que se classificaria de esclarecimento cultural de um herdeiro à coroa.

A rainha Vitória, já tinha anteriormente tentado convencer D.Maria II, (sem êxito) das vantagens de mandar os seus filhos mais velhos viajar até Inglaterra, conforme ele fizera com o seu herdeiro o futuro Eduardo VII, que andara pela Europa.

Depois da morte da rainha , o regente D. Fernando tomou a decisão de os mandar viajar.
Além dos príncipes, embarcaram no vapor Mindelo, o duque de Terceira, o visconde de Carreira, Filipe Folque o mestre de Matemática, por Francisco de Mello, pelo barão de Sarmento e pelos seus criados particulares.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ratificação do juramento de D.Fernando




Depois da morte de D.Maria, D.Fernando seu marido convoca de imediato o conselho de Estado confirmando que o executivo continuaria em funções e em 15 de Dezembro dirigiu uma carta ao presidente da Câmara dos Pares participando-lhe que queria que a 19 desse mesmo mês fosse marcada uma reunião extraordinária para ratificar o seu juramentos.

Disse nessa altura referindo-se ao futuro rei , que no seu espaço de regência até à maioridade de D.Pedro

será o meu maior desvelo dar-lhe lições de pai e conselhos de amigo, para se tornar cada vez mais digno de ocupar o trono glorioso de seus augustos antepassados.

A coroação

Quando sua mãe a rainha D.Maria II morreu de parto com apenas 34 anos no dia 14 de Novembro de 1453 o príncipe herdeiro D.Pedro tinha apenas 16 anos, pelo que teve que aguardar 2 anos pela subida ao trono quando atingisse a maioridade, tendo sido seu pai D.Fernando de Saxe.Coburgo Gotha assumido as funções de regente,

Assim a 11 de Setembro de 1855, 5 dias antes do seu dia de aniversário, por proposta de Rodrigo da Fonseca o ministro do Reino, era promulgado por D.Fernando o decreto que regulamentava a coroação de D.Pedro.

Assim a 16 de Setembro, nas Cortes, depois do discurso do príncipe regente, o cardeal-patriarca apresentou ao rei os evangelhos, que com o ceptro real na mão esquerda, e a mão direita sobre o missal proclamou o juramento prescrito no art 76º da Carta Constitucional dizendo

Juro manter a religião Católica, Apostólica e Romana, a integridade do Reino, observar e fazer observar a Constituição Política da Nação e mais leis do Reino e prover ao bem geral da Nação, quanto em mim couber.

O alferes-mor dirigia-se então a uma das janelas, gritou ao povo

Real, real pelo muito alto e muito poderoso e fidelíssimo rei de Portugal o senhor D.Pedro V

Seguir-se-ia um Te Deum na Sé de Lisboa, uma parada militar no Terreiro do Paço, e à noite no Teatro D.Maria II a família real assitiu a Um auto de Gil Vicente de Almeida Garret